Uma disputa tem deixado o novíssimo Condomínio Jardim Botafogo (Edifícios Highlight e SpotLight), na esquina da rua General Góes Monteiro com a Avenida Lauro Sodré, em frente ao shopping Rio Sul, em pé de guerra. Os prédios de Botafogo, residenciais de alto padrão lançados pelo Fundo Opportunity junto com a incorporadora Performance e finalmente entregues aos seus compradores, tem um grande espaço comercial no térreo com dezenas de lojas e um enorme Estacionamento Comercial com 226 vagas criado para atender os clientes dessas lojas, que pagam mais de 25 mil reais por mês de condomínio ao empreendimento.
Me As lojas incluem uma academia de ginástica, restaurantes, lanchonetes, padaria, e diversos tipos de comércio como de colchões, que pertencem a lojistas diversos. Todas possuem vitrines para a rua, e ficam em toda a base do imenso prédio que ocupa um quarteirão inteiro; elas não usam a estrutura do prédio para nada e têm entradas independentes.
O grande empreendimento, que tem vários blocos, tem uma Convenção de Condomínio registrada que autoriza os donos das lojas a contratar uma empresa especializada para administrar as mais de 2 centenas de vagas que lhes pertencem e utilizar como bem entender as vagas que cabem a eles; o estacionamento é totalmente independente. As vagas dos apartamentos são totalmente separadas. Os proprietários das lojas contrataram a tradicional empresa Estapar, uma das maiores do país, para administrar o estacionamento rotativo que é de seu uso exclusivo, segundo a convenção, de forma a que possam atender à sua freguesia e também a qualquer pessoa que queira parar seu carro em local seguro – por exemplo, algum convidado dos próprios moradores do edifício.
Só que a administração do condomínio tomou uma atitude completamente inesperada. Mesmo contrariando a convenção – que segundo especialistas consultados pelo DIÁRIO DO RIO, é a lei soberana entre os usuários de qualquer empreendimento – o prédio, alegando supostas “razões de segurança“, proibiu o uso das vagas de garagem pelos proprietários, lojistas e seus clientes, e não está permitindo que a empresa de estacionamento contratada se estabeleça no local, mesmo com alvará de funcionamento. “Numa reunião presencial, membro do ‘conselho de segurança’ do condomínio disse que quer fechar a saída de incêndio do estacionamento pois alega ter medo de que os usuários invadam o playground e usem as quadras de tênis. Só que esta saída é uma exigência dos bombeiros”, disse Wilton Alves, diretor da administradora Sergio Castro, que representa os donos das lojas. “Eles querem uma nova Boate Kiss?”, indaga o administrador imobiliário de 85 anos, com 65 de experiência no ramo.