Quando começou como síndico morador de um pequeno prédio no bairro Flamboyant, em 2008, Guilherme Mendonça não imaginava o quanto essa nova função mudaria sua trajetória. Quinze anos depois, ele deixou o emprego na Petrobras e administra condomínios em Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras. E a meta, relata o hoje síndico profissional, é continuar crescendo.
Guilherme conta que, a exemplo de muitos outros na mesma função, começou como síndico morador fazendo um pouco de tudo.
– Ali foi o início do meu aprendizado, de como um síndico deve ser portar, como deve fazer. Muitas vezes eu ia de porta em porta cobrando, pegava o dinheiro, pagava as coisas, já que não existia PIX naquele tempo. Depois, passei para um prédio maior, onde fiquei como síndico entre 2013 e 2022. Quando entrei lá ainda era síndico morador. A partir de 2015 que se tornou mesmo a minha profissão e de lá para cá tenho me dedicado exclusivamente à sindicatura predial – relata.
De Campos, Guilherme expandiu seus horizontes para Macaé, onde trabalhava na Petrobras: “Sou formado em análise de sistemas e trabalhei pela Petrobras de 2002 a 2017. No começo eu morava em Campos, mas em 2010 acabei indo morar em Macaé por conta da Petrobras. Com isso acabei entrando também no mercado condominial em Macaé e agora trabalho tanto aqui (Campos) quanto lá”, explica.
Embora pareça “fácil”, Guilherme relata que já passou por momentos difíceis e até ameaças de violência por parte de morado[1]res: “Lidar com pessoas é complexo, mas tudo serve como experiência”, destaca. Ele diz que a maior diferença que vê do início para agora é a exigência cada vez maior do mercado condominial sobre os síndicos:
– Até porque a estrutura das construções são mais complexas também. As construções até 10 anos atrás eram menores e hoje não: as construções estão cada vez maiores, pois cada vez mais famílias buscam estar dentro dos condomínios e em condomínios cada vez mais completos. Temos, também, leis mais severas, a parte de manutenção Trajetória construída com dom e inteligência emocional também cada vez mais complexa. Com isso, você é cada vez mais cobrado, ainda mais quando se fala síndico profissional, pois o profissional diz que você é capacitado para aquele serviço e cobram ainda mais de você, até o que não é da sua responsabilidade. Tem que ter dom para ser síndico, tem que ter muita paciência e muita inteligência emocional, pois nós somos seres humanos li[1]dando com outros seres humanos, então tem que haver muita inteligência emocional para gerir um condomínio – afirma.
Além disso, para desempenhar um bom trabalho, Guilherme Mendonça diz que o síndico precisa estar sempre atento ao que ocorre no mercado condominial, se atualizando e entendendo as novas tendências e mudanças constantes. Outro quadro que ele acha primordial atualmente para o síndico atuar é ter um jurídico para dar suporte nas diversas demandas: “Para mim, o síndico sem o jurídico está fadado a erros, pois área exige demais um corpo jurídico. Se o síndico for um advoga[1]do, promotor ou juiz ele pode andar sem o jurídico por ter a base do conhecimento da legislação. Se ele não for, tem que ter um jurídico para respalda-lo em suas ações”.