A revista Meu Condomínio entrevistou José Roberto Graiche Júnior, presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) sobre a importância de escolher bem uma administradora.
Revista Meu Condomínio – Com o boom do mercado condominial, como escolher uma boa administradora?
José Roberto Graiche Júnior – A escolha de uma boa administradora dependerá de alguns fatores importantes, dentre eles: conhecer o seu histórico, sua experiência no mercado e o rol de clientes atendidos. Ressaltamos fazer uma análise sobre a empresa contratada e o orçamento ao qual ela oferece. Outro ponto primordial é avaliar todo suporte que oferecerá ao condomínio. Veja o diferencial que a administradora tem em relação às demais, além do uso de tecnologia, como aplicativos disponíveis tanto para o síndico e conselho, como para os moradores e usuários, uma ferramenta fundamental nos dias de hoje. Além disso, há hoje o Programa de Autorregulamentação da Administração de Condomínios, Proad, chancelado pela AABIC e também Sindicato da Habitação (SECOVI-SP), que tem por objetivo certificar as empresas especializadas em administração de condomínios considerando sua conduta e os aspectos profissionais, operacionais e técnicos dos serviços prestados.
Revista Meu Condomínio – Há um levantamento de quantas administradoras de condomínios existem no Brasil?
José Roberto Graiche Júnior – A atuação da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) é apenas no Estado de São Paulo. Atualmente, estimamos em aproximadamente 450 empresas administradores que conta com 90 empresas associadas, que administram atualmente 16 mil condomínios e mais de 60 mil imóveis locados, onde vivem cerca de 5,1 milhões de pessoas.
Revista Meu Condomínio – Temos visto muitos escritórios de advocacia e até de contabilidade migrando para a administração. Há alguma maneira de barrar ou e legítima essa vertente de atendimento?
José Roberto Graiche Júnior – No nosso entendimento não há como impedir. A “profissão” não é regulamentada, entretanto, enxergamos um movimento contrário, ou seja, é saindo da autogestão e indo para a administração feita por empresas administrativas. Entendemos que cada área de atuação tem seu papel. Observamos a migração de empresas especializadas em administração condominial, tendo em vista, o alto grau de complexidade e especificidade, que vem se tornando os empreendimentos e seus processos e rotinas mensais.
Revista Meu Condomínio – Ao mesmo tempo, qual a vantagem para síndicos e para os próprios condôminos em contratar uma administradora?
José Roberto Graiche Júnior – Quando o condomínio é gerido por uma empresa especializada, ele possui auxílio e rapidez para encontrar soluções e processos seguros para suas “obrigações” legais e suas rotinas operacionais.
Revista Meu Condomínio – E qual o trabalho real a ser desenvolvido por uma administradora?
José Roberto Graiche Júnior – As administradoras cuidam de todas às questões burocráticas. A empresa contratada possui total conhecimento sobre as documentações necessárias, que precisam para o dia a dia do condomínio. Além de ser responsável por gerir questões relacionada aos aspectos, fiscais, tributários, trabalhistas e operacionais que envolve toda a administração. Além de todo o auxílio na mediação em soluções de conflitos e, por fim, nas rotinas internas de uso dos seus moradores.
Revista Meu Condomínio – Há quantos anos existe a AABIC? Qual sua abrangência?
José Roberto Graiche Júnior – Há 43 anos, a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo vem congregando as maiores empresas do setor imobiliário que são responsáveis por mais de 52% dos condomínios do Estado de São Paulo. As associadas da entidade são responsáveis pelo emprego de 115 mil pessoas no setor, contabilizando os funcionários de operação nas empresas até o contingente de colaboradores contratados para executar as rotinas dos condomínios. Também fazemos parte da CBCSI-CNC, que é Câmara Brasileira de Comercio e Serviços Imobiliários, órgão da Confederação Nacional do Comércio, tendo uma “cadeira” representando o Estado de São Paulo.