O governo do Rio de Janeiro vai investir R$ 400 milhões na construção de 18 condomínios industriais e na revitalização de outros dez empreendimentos em todo o Estado. Os investimentos fazem parte de um plano que busca fortalecer a economia do interior. As prefeituras serão as principais responsáveis pela atração das empresas e pela manutenção dos espaços, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento e Indústria e Comércio, Vinicius Farah. Entre os condomínios industriais a serem revitalizados, dois são do Norte Fluminense: Campos dos Goytacazes e Macaé.
Como parte deste plano, o governo desenvolveu uma cartilha, entregue a todos os prefeitos em março do ano passado, com orientações para o desenvolvimento econômico nas cidades. Uma das informações contidas neste manual refere-se à criação de Companhias de Desenvolvimento. Por serem entidades de economia mista, têm mais flexibilidade e agilidade para fechar os negócios e tocá-los. Por meio delas, é possível promover a expansão da atividade empresarial na cidade em parceria com outras entidades governamentais e empresariais, universidades e centros tecnológicos. Além disso, analisam os projetos e orientam empresas que desejam se instalar ou expandir suas atividades no município.
Seguindo esse exemplo, Areal – primeiro a ser construído – constituiu uma companhia de desenvolvimento – e a expectativa é que outros municípios façam o mesmo. Em meados de abril, a cidade lançou a pedra fundamental do parque industrial, que deve ficar pronto até o fim do ano, localizado às margens da rodovia BR-040. Na ocasião, foram assinados os termos de concessão para instalações de ao menos cinco empresas, como Ekotire, fabricante de pneus OTR (voltados para terrenos irregulares).
O próximo condomínio industrial deverá ser constituído em Barra Mansa. Os dez condomínios industriais a serem reestruturados estão localizados em cidades como Campos dos Goytacazes, Macaé, Três Rios, Duque de Caxias e Teresópolis. Segundo o secretário, alguns deles estão inativos há mais de 40 anos.
Os créditos para a construção dos projetos serão concedidos pela Agência Estadual de Fomento do Rio de Janeiro (AgeRio). Segundo a secretaria, o estímulo financeiro utilizará valores do Fundo de Recuperação Econômica dos Municípios Fluminenses (Fremf). “A ideia é garantir o crescimento do Rio de Janeiro a partir do seu interior, uma das prioridades da atual administração do governo do Estado”, afirma Farah. Em média, o Estado vai investir R$ 20 milhões em cada projeto, mas os valores vão variar, segundo o secretário.
A expectativa é que as cidades busquem novas vocações industriais ou resgatem setores que por alguma razão ficaram estagnados no Estado. É o caso, por exemplo, do setor ceramista, que já teve o Rio de Janeiro como polo nacional, mas acabou perdendo praticamente todas as indústrias para outras regiões.
Em paralelo, também foi realizado um trabalho para equalizar o tratamento tributário de 16 municípios do Estado. Essas cidades passaram a pagar 3% de alíquota de ICMS, em vez dos 20%, como já acontecia com outros municípios. Alguns deles, como Nova Friburgo e Cachoeiras do Macacu, estão entre os que receberão os projetos dos condomínios industriais.
Fonte: Valor Econômico