Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, membro do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), arquiteto, empresário, mecenas, influencer, ciclista. Qualquer atividade que esteja exercendo, Edvar de Freitas Chagas Júnior mantém um sentimento em comum: a paixão por Campos. Falar sobre a cidade e suas potencialidades econômicas, turísticas e históricas é algo que faz com prazer e propriedade. Porém, mais que falar, ele vem transformando em ação este amor, através de parcerias e dialogando com todos que podem trazer algum benefício não só para o comércio, mas para a cidade de modo geral. Como resultado seu celular não para. Diariamente, chegam reclamações sobre buracos, lâmpadas queimadas, vans atrasadas, entre muitas outras. Quase uma espécie de “síndico” de Campos. Ao mesmo tempo, o celular também vibra a cada instante com pedidos de parcerias, convites para eventos, reuniões e entrevistas. Com Júnior no nome, Edvar está no cargo ocupado anteriormente três vezes por seu pai, morto em 2018. Mas, imprime uma personalidade própria a sua gestão, com os dois pés na modernidade, o que inclui muitos vídeos nas redes sociais, e levar a CDL aos quatro cantos do município, desencastelando-a e tornando a entidade mais próxima da população.
CDL, LEGADO E GESTÃO MODERNIZADA – A CDL foi praticamente um legado. Meu pai foi presidente três vezes. Mas era outro tipo gestão. Tenho tentado imprimir uma gestão mais modernizada. Hoje, para mim, está sendo muito fácil que a do presidente anterior, José Francisco Rodrigues, mais conhecido como Dedé. Ele fez um trabalho muito bom interno, arrumou a casa, deixou preparada e eu estou conseguindo fazer agora da porta para fora. Então, estou fazendo a CDL chegar aos bairros, às pessoas, ao comerciante. A gente, no início do ano, fez um evento na praça São Salvador. O primeiro grande evento depois da pandemia – o 1o Centro Fashion Day. O Centro é o shopping aberto de Campos, ele acontece, tem público circulando ali o tempo todo. O Centro de Campos é muito interessante, por isso tem vindo lojas de fora para cá. Por que a Magazine Luiza vem se instalar no Centro e não em um shopping? Por que outras lojas estão vindo e querem se instalar no Centro? A Magazine vai instalar sua terceira loja no Centro. Então, acho que o lojista do Centro tem que despertar, melhorar a loja dele, ver se a fachada está direitinha, se o atendimento está bom, se o horário que atende está perfeito. O lojista desta área tem que despertar porque há empresários vindo e vendo que o nicho bom é o Centro.
Goitacazes e Guarus – Fora do Centro da cidade, a CDL enxerga que Campos cresceu muito, que somos um rio cheio de afluentes. Nosso próximo evento será em Goitacazes, dia 1o de Julho. Lá tem um comércio latente, forte, que funciona até as 21 horas. Digo que é outro shopping a céu aberto. Goitacazes, com um comércio intenso, você consegue comprar roupa, calçado, grãos, pão, material de construção, tudo. Impressionante como Goitacazes cresceu, assim com Guarus, onde vamos fazer um evento na Nazário Pereira Gomes. Em Travessão, tive uma surpresa. É uma região que está crescendo muito em Campos e Travessão veio até a CDL para ver se conseguíamos levar para lá uma agência bancária ou cooperativa. Para você ver como está crescendo, que eles querem vida própria. Estou conversando com as cooperativas, que são as maiores interessadas nessas regiões. Outra coisa injusta: As agências bancárias se concentram no Centro e a gente fica, muitas vezes, refém disso. Tudo que a gente pode atuar e ajudar a crescer e desenvolver o comércio de Campos, fazemos. O Bradesco, por exemplo, entendemos a questão da pandemia, mas lá quando um funcionário adoece fecha a agência e ficamos sem poder pagar as contas. Temos brigado por uma solução.
A palavra é PARCERIA – Temos a parceria com Sebrae, que tem sido excelente. Estamos treinando para que o comerciante tenha um melhor conhecimento financeiro, hoje tudo mudou bastante. Há um treinamento diferenciado para atendimento. Tem curso semanalmente para poder treinar o funcionário do comércio. Estamos buscando parceria com Sesc, porque o Sesc dá apoio ao comerciário, nossos trabalhadores e nós também podemos desenvolver uma parceria muito boa de turismo, de apoio ao esporte, de uma série de coisas que a CDL consegue dar uma entrada porque já está aqui na cidade e o Sesc conseguiria agregar. Hoje a CDL tem uma filosofia: Agregar a entidade, sempre que possível. A CDL está junto com a Acic, a Carjopa, o Sindicato Comércio Varejista e de quem lançou a CDL no mundo, que foi a Câmara Júnior, hoje JCI. Lá atrás com aquele aumento de impostos absurdo que ia ter, que chamavam de “Pacote da maldade”… a CDL, junto com alguns vereadores, conseguimos lutar contra. Então, estamos sempre junto às entidades para conseguir trabalhar por um futuro melhor, para uma cidade melhor.Poder Público – Também, da mesma forma, a Prefeitura conta comigo: apoio o Museu, apoio toda parte do patrimônio histórico. Ontem mesmo (entrevista feita em 17 de Maio), eu estava fazendo curso de Educação Patrimonial. Já que faço parte do Coppam, acho que tenho que estar estudando e sabendo daquilo, aí eu fiz de restauração de prédios, procuro estar sempre me envolvendo para poder ter conhecimento e dar opinião, ajudando e colaborando com a Prefeitura. Em breve a Prefeitura vai inaugurar o Camelódromo. Acho que tem que dar toda dignidade ao trabalhador ambulante para ter um espaço para ele, mas ambulantes crescem todos os dias, nossa região é muito empreendedora. Temos muitos empreendedores. Fico feliz quando vejo você, agora, buscar um novo caminho. Conheço você há tanto tempo e agora está com essa revista de condomínio, me falando sobre condomínio. Fiquei impressionado como o condomínio movimenta um valor financeiro tão grande. E aí, como todo mundo é empreendedor, ambulante está crescendo. Tenho certeza que a quantidade de bancas que vai ser entregue já vai estar pequena. Então talvez terá que buscar algum lugar para poder ampliar o Camelódromo.
Turismo – O que mais quero hoje em dia, também, é buscar nosso turismo e os nossos significados. Nossa história é muito contada pela arquitetura dos prédios históricos. Nosso Mercado Municipal é muito bonito, então a minha luta maior agora com a Prefeitura é conseguir o tombamento do mercado e a restauração, recuperação e revitalização daquele prédio. Quero muito que o mercado volte à ativa, aquele prédio bonito histórico contando a história, gostoso da gente ir também de tardezinha, como você quer criar para o condomínio.
“É preciso olhar além das marquises”
Amor a Campos – Gosto tanto da minha cidade que, quando pedalo, tenho um hábito: Mostrar minha cidade. Campos é de uma riqueza, uma planície tão bonita. Desde o Morro do Itaoca, onde Benta Pereira se escondia. Tem história em todo lugar de Campos. Fez parte da infância de todo mundo, passar em frente ao Solar dos Airizes e contar “aqui morou Escrava Isaura”. Depois a gente aprende que era uma lenda. Mas continua alimentando este sonho. Tem magia naquele local, né? É outro espaço que já foi tombado e a gente quer que haja logo a recuperação, revitalização. Turismo é uma grande saída para poder trazer trabalho e renda para Campos. O Brasil foi considerado o melhor local para turismo ecológico no mundo, ganhou da Itália. Temos o Imbé. Temos o pedal, que deve ser muito incentivado, temos trilhas sensacionais, caminhos maravilhosos para serem feitos. Fora essa arquitetura eclética, interessantíssima.
Do empresário para o empresário – Também me preocupo com o empresário, o lojista. Estou sempre chamando atenção deles para algumas coisas: Pense fora da caixinha. Vamos desenvolver um trabalho melhor. Liga para sua loja, veja como está seu atendimento, pois às vezes, você pode se surpreender, achando que está tudo legal e não está tão legal assim. Gosto tanto da minha empresa que, às vezes venho cansado e descanso aqui, faço vídeos, stories… Outra coisa que sempre falo é manter o bom humor, pois é fundamental, assim a gente trabalha feliz e os clientes ficam felizes também.
IPTU e prédios históricos – Existe no Código Tributário um benefício ao contribuinte, o Artigo 235 parágrafo 4 º. Você tem um direito no Código Tributário: todos os prédios (entre 1.000 e 1.200) que estão na área de preservação, que é mais ou menos no antigo Fórum (hoje Câmara Municipal) até o Centro da cidade, na rua Aquidaban, têm direito a esse beneficio. Basta você dar a entrada na Secretaria de Fazenda. Para acelerarmos esse processo, montamos um balcão na CDL, onde você saberá que documentos levar para dar entrada e ter um desconto de, no mínimo, 30% e, no máximo, 80% no seu IPTU. E não é só prédio tombado não. Esse benefício abrange prédios tombados, indicados ou na área de interesse. Existe uma tabelinha e o Coppam vai votar e ver se você tem direito ao desconto e de quanto será. Com isso teremos um Centro bonito, com prédios cuidados, reformados. Conta ponta na hora da avaliação do Coppam. A arquitetura do Centro de Campos é riquíssima. Falo para quem for ao Centro, olhar acima da marquise. Você vai vendo a história sendo contada. Datas, períodos. Campos tem uma história sensacional. Estamos buscando, em parceria como Sesc, fazer um passeio histórico pelo Centro da cidade. Isso trará divisas para a cidade. Muita gente diz que o Porto do Açu é a redenção de Campos. Porto do Açu é importante, mas não podemos calcar numa coisa só. Temos o turismo, o petróleo, o comércio muito forte e que conta a história de Campos.
Segurança Presente – É um projeto vitorioso, com resultados excelentes. Está de parabéns quem criou e trouxe este projeto para Campos. Está sendo sensacional. Mas começamos a notar alguns roubos e furtos após o término do turno. Em reunião com o Ministério Público saiu a ideia de um turno noturno, que já começou.
Síndico – Sou um quase síndico. A gente mantém ótima relação com o governo municipal e procuro ser parceiro, mas também reclamamos. Falta de luz, van, conseguimos encaminhar vários pleitos e ficamos felizes quando somos atendidos.
Guarus no foco – Já falei antes como Guarus está crescendo. Joilson Barcelos foi corajoso ao colocar um shopping em Guarus. Agora a Bienal será em Guarus. Vamos atravessar a ponte, quebrar paradigmas. Nossa cidade é muito mais que Pelinca. A cidade precisa ser um conjunto. Vamos criar o sentimento de pertencimento, o amor por Campos e haverá um crescimento não só para nós, como pessoas, mas para toda cidade e para região.
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