Chapéu de cowboy, cinto e bota de couro. Até tempos atrás, esta era a imagem de uma exposição agropecuária. Em Campos e Macaé, porém, a cara da Exposição mudou. Agora veste camisa polo, calça jeans, sapato social e tem nome e sobrenome: Sérgio Ribeiro. Empresário acostumado a produzir megashows, ele está frente a seu maior desafio: a realização das exposições agropecuárias dos dois maiores municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro: Campos e Macaé. Com um ingrediente a mais: as duas acontecem consecutivamente no espaço de duas semanas.
Para garantir o sucesso dos eventos, Sérgio aplica mais que profissionalismo. Em Campos, por exemplo, já investiu mais de meio milhão de reais na reforma da estrutura física do Parque de Exposições da Fundação Rural de Campos (FRC), deteriorado após dois anos fechado em função da pandemia. A ideia é devolver ao espaço a grandiosidade das maiores exposições do País. E a resposta tem sido positiva: espaços quase 100% vendidos, shows de artistas nacionais, além de programação que abraça toda família: “Será a maior exposição de todos os tempos”, afirma.
Origem – Natural de Araruama, na Região dos Lagos, Sérgio conta que tem sua origem no meio rural, onde lidava com pecuária. Começou com eventos por uma questão de lazer próprio.
– Na cidade, onde moro ainda hoje, tinha uma única boate, ou discoteca, como era chamada à época. O dono, Paulinho, morreu e ficou sem entretenimento na cidade de casa noturna. E aí, como eu era o melhor frequentador que tinha na casa noturna dele, pensei: vou fazer um negócio desses e montei minha primeira casa noturna, a Absolut, no Shopping Gigi. Era meio que era um era um hobby. Só que a gente não faz nada exatamente um hobby, porque gasta dinheiro. Então, tinha que ser sustentável pelo menos. Ela deu certo e virou uma das melhores casas da região durante 13 anos. A partir daí, começamos a ser convidados para fazer alguns camarotes durante as exposições da cidade. Depois, passamos a fazer camarotes em municípios próximos. A gente já sabia a logística de boate e os camarotes não deixam de ser boates dentro da Exposição. E dali para fazer todo show foi um pulo.

A gente começou a fazer as festas da Rádio Mania, na época. Vim para Campos e montei a Excess (casa noturna na Pelinca). E aqui foi a mesma história: por ter uma casa que era sucesso por muitos anos, a gente começou a fazer shows e trouxemos Jorge e Mateus, o primeiro grande show no Cepop. Depois fizemos uma área de show na própria Pecuária, na época da administração da Livinha (Lívia Siqueira). Fizemos uma arena lá dentro e trouxemos Anitta, Revelação, todos um enorme sucesso. E essa coisa de shows começou a crescer muito. Paramos com a boate Absolut Lounge, criamos outra casa de shows em Araruama, que é o Espaço Campestre. Recentemente inauguramos em Campos a Lokko. Mas o show virou um negócio que, hoje, gira em 100, 120 por ano. Adquirimos marcas como Cabofobia e a Exposição de Campos vem muito como resultado disso tudo – explica o empresário.
Sérgio Ribeiro relata que a primeira Exposição em Campos sob sua batuta aconteceu em 2019, inaugurando um tempo de grandes shows na grade da programação: “A gente apostou na Exposição e graças a Deus foi sucesso. Trouxemos Marília Mendonça, que ainda não tinha alcançado o patamar que alcançou após a Expo. Foi uma aposta nossa e recorde de público na exposição. A gente faria no ano de 2020, mas veio a pandemia. A grade deste ano é praticamente a que seria naquele ano: Gustavo Lima e quase todos os demais. E é um desafio porque o Parque de Exposições estava totalmente deteriorado, dois anos parado e a gente teve que investir muito – foi mais de meio milhão de reais em reforma: fizemos toda a pintura, toda a parte de legalização, toda a parte de manutenção de banheiros, manutenção do galpão. Tudo estava muito deteriorado. Com isso, a gente está retomando com essa festa, investindo muito no parque, acreditando muito na cidade, na exposição do município que é o maior do interior do Estado do Rio”.
Macaé, além do petróleo
Sérgio Ribeiro explica que o desafio maior está sendo fazer duas exposições grandes (Macaé e Campos) quase simultaneamente. Em Macaé, a Excess Produções está fazendo a parte de gestão e comercialização da festa. Em Campos, toda a realização. “Então, fazer as exposições dos dois maiores municípios do interior do Estado, em duas semanas seguidas, dá frio na barriga pela responsabilidade, mas temos experiência em grandes eventos e temos uma equipe boa. Mas está sendo muito bom ver a resposta dos dois municípios. Em Macaé, a gente vê o prefeito Welberth Rezende muito empenhado para que a festa seja top. Ele fez uma reforma grande lá. Diferente de Campos, que nossa empresa que fez a reforma, em Macaé a gente pega um parque totalmente reformulado, estrutura maravilhosa. O Parque de Macaé tem uma das melhores estruturas do Estado do Rio. Sou capaz de dizer que é a melhor. Estamos muito felizes por fazer a festa em Macaé. O prefeito vibra, colocou todas as secretarias envolvidas com disposição de parceiro. Diferente de outros, ele vê aquilo como algo que trará retorno ao município, que tem uma agricultura muito forte, tem criação de gado Nelore muito forte, equinos. Macaé não é só petróleo e essa festa vai mostrar isso. Uma Exposição que promete muito e terá, também, shows gratuitos (Ferrugem no aniversário da cidade), a turnê de 50 anos de Chitãozinho e Xororó, um show que não se vê no interior do Rio de Janeiro. Uma festa que tem tipo uma resposta comercial também muito boa, com quase 100% de espaços vendidos”.

Amor e investimentos na planície campista
“Amo Campos como segunda cidade. Se não morasse em Araruama, moraria em Campos com certeza”. Sérgio Ribeiro não hesita em demonstrar seu amor pela planície goitacá, onde nos últimos 15 anos, obteve sucesso com duas casas noturnas – primeiro a Excess, agora a Lokko.
– Sempre estou fazendo entretenimento, shows… gosto muito da cidade. E já vinha desde pequeno à exposição, acompanhava os leilões. Gosto muito do Parque e da Exposição de Campos. Então, fazer esta Exposição traz muito da nossa própria história de vida. Estamos investindo sabendo que seria muito difícil que outra empresa fizesse o que estamos fazendo. Não estamos deixando este investimento para uma festa: estamos deixando um Parque todo reformado para grandes eventos, que é sua função. Será possível um Torneio de Laço Campista, por exemplo, ou grandes shows. Não existe espaço melhor para grandes shows que o Parque. Uma área coberta com cinco mil metros, que comporta 10 mil pessoas com tranquilidade, que não vão pegar chuva. Isso para quem faz show é maravilhoso”.
Mão-de-obra local – O empresário explica que, apesar da grandiosidade dos eventos que realiza, sua equipe não é grande, mas destaca-se por ter bons profissionais. Porém, ressalta: “Nos eventos, toda vez que chegamos a uma cidade, procuramos a mão de obra local. Então, 99% das pessoas que vão trabalhar nas duas festas, por exemplo, são das próprias cidades. Nossa função também é essa: gerar empregos onde estamos. A segurança, o staff, a maior parte dos barraqueiros é da cidade. Macaé, por exemplo, abrimos primeiro todos os espaços para os stands de lá. Temos a equipe de organização, mas a esmagadora maioria dos que trabalham nos eventos é da própria cidade”, relata.
Sucesso garantido – O empresário fala da satisfação em realizar a festa, que é sucesso de vendas com stands comerciais de grandes marcas: “Estamos com a Dodge Ram, com a Chevrolet, com a Nissan, empresas de energia solar, empresas de curso, empresas de agropecuária. Campos não vivia isso há anos. A gente sabe que a Exposição tem muito potencial e está sendo bom fazer. É muito bom retomar desta forma, sabendo que ano que vem tem muito mais. E ainda mais com a grade deste ano: o Embaixador (Gustavo Lima), que é o maior show do País. Jorge Matheus, que é uma carreira de sucesso de 15 anos e a maior parte vezes quem trouxe eles a Campos foi a gente. Já temos até atração para a próxima exposição, mas ainda não vou revelar”, destaca o empresário, que, com seu espírito empreendedor, já idealiza o próximo evento. 

