Debater a situação dos catadores de materiais recicláveis, das cooperativas e do descarte desses resíduos em Campos foi o objetivo da audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (14), na Câmara de Vereadores. Com o tema “Política Municipal de Coleta Seletiva”, a sessão reuniu especialistas locais e de outras cidades e estados, como o administrador de condomínios Gabriel Nunes, que também representou a revista Meu Condomínio na ocasião. Para ele, os condomínios desempenham papel de grande relevância na cadeia que integra o processo de coleta seletiva.
Em sua fala, Gabriel Nunes destacou que o trabalho final da cadeia da coleta seletiva, exercido pelas cooperativas e catadores de recicláveis, pode ser facilitado, se houver consciência dos condôminos sobre a importância de separar o lixo comum do reciclável. Para isso, segundo ele, é fundamental que o síndico promova um trabalho de conscientização dos moradores sobre o assunto.
“Nos condomínios é onde acontece a primeira etapa da segregação do lixo reciclável. Se houver um trabalho bem-feito de conscientização, isso vai facilitar a ação dos catadores e das cooperativas. Ou seja, se os condôminos fizeram a separação do lixo, as etapas seguintes ficarão mais fáceis”, pontuou.
Ainda segundo Gabriel, antes de fazer a coleta, é importante que catadores de recicláveis e cooperativas façam um primeiro contato com o síndico e entendam as regras que variam de condomínio para condomínio.
“Esse alinhamento é fundamental. Por exemplo: às vezes, a cooperativa começa a trabalhar às 7h da manhã, mas o condomínio só permite a entrada do caminhão de coleta às 8h, por entender que antes desse horário os moradores ainda devem estar descansando”, disse.
Para motivar os moradores e facilitar o trabalho de descarte do lixo reciclável, o síndico revela que costuma separar nos condomínios um espaço específico para receber esse material, geralmente depositado em um contêiner de 2 mil litros.
Participação
A audiência, realizada por meio de requerimento do vereador Fred Machado (Cidadania), que é presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos, também contou com a presença do representante do Movimento Lixo Zero, Ricardo Meyle; a representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Claudete Costa; a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Curitiba, Margaret Matos de Carvalho; a Defensora Pública de Campos, Aline Barroco; o administrador de condomínios, Gabriel Nunes; a professora da UFF de Campos, Érica Almeida; a secretária municipal de Serviços Públicos, Simone Muniz; o subsecretário municipal de Meio Ambiente, René Justen, além de representantes de cooperativas de catadores de Curitiba, Volta Redonda e Campos.
No fim da audiência, que durou cerca de cinco horas, Fred Machado classificou como produtiva a discussão. “Nosso objetivo aqui foi ouvir vocês e tentar resolver da melhor forma possível os problemas aqui apontados. A intenção da audiência pública foi fazer uma ponte entre vocês e o governo municipal”, finalizou.