Com a chegada das férias e das festas de fim de ano, a segurança nos condomínios exige atenção redobrada. O aumento do fluxo de pessoas, de entregas e de imóveis temporariamente vazios amplia os riscos de furtos e invasões, tornando essencial o cumprimento rigoroso dos protocolos de controle de acesso, o treinamento das equipes de portaria e a conscientização dos moradores. O tema esteve em evidência recentemente, já que a segurança condominial foi um dos principais assuntos da 6ª edição da Expo Meu Condomínio, realizada em Campos dos Goytacazes, no dia 29 de novembro.
De acordo com o especialista em segurança Rodrigo Muniz, credenciado pela Polícia Federal, um dos principais erros nesse período é a flexibilização das regras. Rodrigo destaca que 90% das invasões a condomínios e prédios acontecem pela porta da frente principal. “Não pode haver exceção no controle de acesso. Todos precisam seguir os protocolos, sejam visitantes, prestadores de serviço ou até moradores”, afirma. Ainda segundo Muniz, a capacitação constante da equipe de portaria é fundamental para evitar falhas que possam comprometer todo o condomínio.
Um exemplo recente reforça essa importância. Em novembro, câmeras de um condomínio em Guarus registraram a tentativa de entrada irregular de dois homens que se passaram por moradores (leia a matéria aqui). A ação foi impedida pela postura atenta do porteiro, que havia participado do 1º Workshop Segurança na Prática (leia aqui), promovido pela Meu Condomínio – revista, site, redes sociais e eventos. O caso demonstrou, na prática, como o treinamento adequado faz diferença na prevenção de ocorrências.
Dicas
Entre as dicas de segurança apontadas por Rodrigo Muniz estão ações simples, mas eficazes:
- Não autorizar a entrada de terceiros sem confirmação;
- Orientar moradores a não divulgar viagens nas redes sociais;
- Criar comunicados internos com recomendações preventivas;
- Investir em tecnologias que permitam monitoramento em tempo real e acesso remoto às informações.
Para as equipes de portaria, zeladoria e segurança, a orientação é direta: na dúvida, não abrir o portão. “Qualquer situação fora do padrão deve ser comunicada imediatamente aos responsáveis. O protocolo precisa ser cumprido à risca, sem exceções”, reforça o especialista.
Já os moradores também têm papel decisivo na segurança coletiva. “Muitas vezes, o elo mais fraco é o próprio morador, que tenta flexibilizar regras ou ‘dar carteirada’. Essas atitudes colocam todos em risco”, alerta Muniz. Para ele, a segurança condominial só funciona quando há um síndico atento, moradores conscientes e equipes treinadas e comprometidas. “O cachorro só entra na igreja se a porta estiver aberta”, resume.
Ainda segundo o especialista, na maioria das vezes, o problema está diretamente ligado a falhas humanas, operacionais e gerenciais, como:
- Falta de capacitação e treinamento da equipe de portaria;
- Ausência de protocolos rigorosos no controle de acesso, aplicados para todos, sem exceção;
- Falta de palestras educativas sobre segurança para os moradores;
- Inexistência de uma cultura preventiva de segurança;
- Falta de tecnologias que forneçam dados e informações em tempo real, com acesso remoto;
- Falta de investimento contínuo em segurança.

