Macaé chega aos seus 209 anos com motivos de sobra para comemorar. A cidade, que recentemente foi escolhida como a melhor do Brasil no quesito gestão fiscal e execução orçamentária, em pesquisa da auditoria internacional Austin Rating, publicada na revista Isto É, festeja seu aniversário com a retomada da Expo Macaé, feira que não era realizada há seis anos no município. O Parque de Exposições, aliás, que estava interditado, passou por amplo projeto de reforma e remodelamento, com investimento de mais de R$ 20 milhões. Símbolo de uma cidade que voltou a crescer e empregos, o parque é uma das 30 obras entregues ou em andamento no município, concentrando quase R$ 1 bilhão em investimentos públicos em obras de infraestrutura. É sobre esse momento que batemos um papo com o prefeito Welberth Rezende. Veja a entrevista a seguir.
Revista Meu Condomínio – Prefeito, qual o panorama que o senhor encontrou Macaé em janeiro de 2021 e qual cidade o senhor pretende entregar em dezembro de 2024?
Prefeito Welberth Rezende – Encontramos uma cidade triste, sem perspectiva e com a autoestima completamente abalada, não apenas devido à pandemia e as mais de 500 pessoas que perdemos para o coronavírus, mas também devido a uma crise econômica que se arrastava desde 2014, com o desinvestimento da Petrobras na Bacia de Campos e se agravou em 2017. Para piorar, os governos anteriores deixaram a cidade abandonada. Encontramos diversos prédios do município destruídos. Por exemplo, o estádio municipal, o ginásio poliesportivo e o Parque de Exposições estavam interditados pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, devido à gravidade do seu estado de deterioração. Ou seja, tivemos e ainda temos muito trabalho para reconstruir tudo o que foi destruído ao longo de anos. A Macaé que queremos entregar até dezembro de 2024, e estamos caminhando a passos largos para isso, é uma cidade reconstruída, com a autoestima e a capacidade de acreditar no futuro restaurada. Não à toa, nos tornamos a cidade com o maior número de empregos gerados do país, em termos proporcionais. São mais de 16 mil empregos criados entre 2021 e a primeira metade de 2022. Estamos agindo em todas as frentes para entregar à população uma Macaé bem melhor do que encontramos.
Meu Condomínio: E qual é o principal obstáculo?
Welberth Rezende – Além dos prédios próprios destruídos, encontramos uma máquina pública completamente burocrática e ineficiente que criava um ambiente de negócios nada atrativo para a iniciativa privada. Trabalhamos muito para otimizar a máquina pública e simplificar o licenciamento para atrair empresas e empregos. Por exemplo, conseguimos entregar as licenças para a construção do Assaí Atacadista em menos de 45 dias. Aliás, isso virou regra para o licenciamento de novas empresas. Os processos que antes demoravam até dois anos, agora são liberados no prazo máximo de 45 dias. Com isso, além do Assaí, atraímos outras empresas como o Hospital da Rede Dor, que é a maior rede de hospitais da América Lativa. Só a Rede Dor vai gerar dois mil empregos na cidade. Além dela, atraímos grandes cadeias de varejo como Dom Atacadista, Magazine Luiza, O Amigão e também atraímos o Ceafa, que será o maior entreposta agrícola do interior do estado e a Buriti, que é a maior parceladora de solo do país. Sem falar das termelétricas, (já são 11 licenciadas), do Aeroporto, que passa por ampliação e do Terpor, que acabou de fechar uma joint venture com a Eneva, a maior empresa de energia do Brasil. Enfim, Macaé estava travada e destravou.
Meu Condomínio – Algum problema mais difícil de resolver?
Welberth Rezende – Como já falei em outras ocasiões, temos três “heranças malditas” que estamos enfrentando com muita dificuldade: a Cedae, a SIT e a BRK Ambiental. Quanto à Cedae, uma empresa que definitivamente já se mostrou incapaz de levar água para a casa das pessoas, estamos com o processo na rua para uma nova concessão de água. Já com a BRK e a SIT o problema é mais complicado. A SIT, por exemplo, tem contrato assinado com o prefeito anterior que vai até 2025. Estamos na Justiça para tentar quebrar o contrato e já iniciamos um processo de licitação para uma nova concessão de ônibus. Mas é lógico que a empresa vai recorrer à justiça amparada, justamente, no contrato assinado pela antiga gestão. Quanto à BRK também temos um contrato “leonino” assinado em gestão anterior que muito beneficia a empresa e deixa a Prefeitura de Macaé de mãos atadas em várias questões. Estamos, inclusive, contando com a ajuda do MP para denunciar esse contrato completamente desfavorável ao município e ao povo de Macaé. Por tudo isso, posso dizer que vale a pena acreditar em Macaé. O futuro, definitivamente é agora e o trabalho só começou.