O Edifício A Noite, um dos prédios mais icônicos do Rio de Janeiro, será transformado em um empreendimento residencial com 447 unidades e contará com uma “calçada da fama” em homenagem aos grandes artistas que marcaram a história da Rádio Nacional, que funcionou no local durante décadas. Nesta sexta-feira, a empresa Azo, responsável pela revitalização, vai celebrar a aquisição do prédio tombado com uma nova iluminação. Segundo a empresa, a iluminação especial vai permanecer durante as obras e depois em sua ocupação para que o A Noite não seja mais apagado.
O primeiro a ser homenageado será o cantor Cauby Peixoto (1931-2016), um dos maiores nomes da música brasileira. Além da calçada da fama, o projeto também prevê a reprodução do auditório da Rádio Nacional em um espaço aberto à visitação pública, permitindo aos visitantes reviverem parte da história cultural que o edifício representa.
Adquirido pela empresa Azo Inc. por R$ 36 milhões, o Edifício A Noite passará por uma grande revitalização. Além das unidades residenciais, o projeto incluirá três lojas no térreo e a criação de um restaurante e um museu da Rádio Nacional na cobertura. Essas novas atrações terão acesso exclusivo por um elevador e prometem se tornar importantes pontos turísticos na região da Praça Mauá, no Porto Maravilha.
As obras de revitalização estão previstas para começar em novembro. Para o radialista e locutor Cirilo Reis, que também faz parte da história da Rádio Nacional, desde quando chegou em 1977, e que até hoje empresta sua voz e talento ao lendário programa Musishow, o edifício A Noite deve muito da sua fama à emissora e nada mais do que justo que sua memória esteja viva no local. Cirilo Reis relembra os grandes nomes que passaram por aqueles corredores, revelados pela Rádio Nacional, como Cesar de Alencar, Paulo Gracindo, Marlene e Emilinha Borba.
A Rádio Nacional do Rio de Janeiro ocupava os 4 últimos andares do edifício construído em 1929, em estilo art déco. O Edifício foi também sede de outra importante empresa de comunicação, o jornal A Noite, que dá nome ao prédio, e abrigou ainda o INPI, Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
A Construção de 23 andares e 102 metros de altura, que lhe deram o título de primeiro arranha-céu da América Latina, é tombada pelo Iphan. No ano passado a Prefeitura do Rio comprou o edifício da União por cerca de R$ 29 milhões e em seguida vendeu para a iniciativa privada.
Há mais uma década fechado, a construção vai ganhar nova vida como residencial de estúdios, com inovações para aproveitar a região turística em que está localizado, com vista para a Baía de Guanabara e próximo a dois Museus importantes na cidade, o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã.
(Com informações de Diário do Rio e Agência Brasil)