Já vai longe o tempo em que ser síndico era apenas pagar contas e apartar problemas entre vizinhos. Hoje, estar síndico de um condomínio, seja ele de qual tamanho ou padrão, exige dedicação, responsabilidade e uma administração enxuta e eficiente. Quem olha o Royal Boulevard, condomínio de alto padrão em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, por exemplo, com certeza pensa no prazer de morar em um local bem cuidado e que tem, entre outras vantagens, o maior Sport Center da região — onde há complexo de piscinas, academia, spa, quadras, salão de festas e jogos, sem falar em um enorme lago, onde é possível uma série de atividades aquáticas. Porém, ao mesmo tempo, impossível não pensar em quanto não se deve desembolsar mensalmente para desfrutar de todas estas vantagens. Bom, se morar no Royal é um sonho, a taxa condominial, com certeza, é um ronronar prazeroso, como você verá nesta entrevista com o síndico Marcelo Valentim.
Síndico há seis anos, Marcelo iniciou como síndico morador, mas viu uma carência administrativa e, então, começou a se especializar, tornando-se síndico profissional. Hoje, ele administra oito condomínios. E credita sua expansão profissional ao modelo de administração, aliando olhar para o bem estar dos condôminos e economicidade.
— Existem condomínios que permitem que você realize várias mudanças, principalmente naqueles em que há mais espaços e mais relógios e hidrômetros, por exemplo. Uma delas é a energia solar. Com o marco legal da energia (Lei 14.300/22 publicada no Diário Oficial da União de 07/01/2022), isso também se refletirá no condomínio. Hoje, usando a energia solar e a energia de rua da Enel, ele quase zera a sua conta de luz. Com essa lei, o condomínio teria um valor maior na conta. Já na conta de água, você consegue ter alguns mecanismos de diminuição, com a utilização de águas fluviais, de chuva, do ar condicionado você consegue reutilizá-las para pequenas limpezas e evita que gaste a que vem da concessionária de água. Aqui, no condomínio Royal Boulevard por exemplo, temos um mecanismo que utiliza água do lago. Fechamos uma das piscinas menores para isso: a água é jogada para essa piscina, tratada e levada para as piscinas maiores. Com isso diminuímos a conta que era R$ 20 mil para R$ 2.500 — relata o síndico profissional, que é formado em Educação Física e hoje também trabalha com Políticas Públicas e Privadas: “Trabalho com cálculo para previsão orçamentária e a mesma coisa acontece no condomínio: o condomínio também a sua previsão orçamentária, que é apresentada para os condôminos em assembleia”.
No Royal, por exemplo, dentro do Sport Center, a academia é um caso positivo à parte: “Aprovamos em assembleia algumas mudanças na academia, como a climatização e a utilização de alguns espaços para sua ampliação e também os novos aparelhos que logo irão compor a academia. Também temos professores de segunda a sábado, das 7 às 22h. O profissional que trabalha aqui precisa ter curso de pilates, caso o condômino queira ou precise por recomendação médica. E isso não custa nada a mais para o condômino. Está na própria cota condominial que ele paga”.
A segurança nos condomínios em que atua, explica, merece sempre um olhar diferenciado: com tecnologia, mas sem deixar de lado o treinamento do pessoal:
— A empresa terceirizada tem obrigação de fazer a reciclagem dos seus funcionários. Além disso, no Royal, temos câmeras de longo alcance, senha do pânico, caso algum morador esteja sendo sequestrado de fora para dentro do condomínio e também temos projeto para instalar mais de 100 câmeras no condomínio – explica.
Marcelo afirma que, para bem administrar, seja qual for o condomínio, é preciso ver as necessidades e a realidade daquela comunidade e entender como é possível fazer mais por ela, ajustando as contas no que é possível.
Uma cidade em obras — O Royal conta com 525 lotes, sendo que atualmente há 98 com moradores. Também, no momento, há em andamento 116 obras e 40 projetos de obra que podem começar a qualquer momento: “Todos os funcionários que atuam nestas obras são registrados: Hoje (início de janeiro), são 450 funcionários registrados, nenhum funcionário entra aqui sem registro, seja ele direto do condomínio ou terceirizado”, explica o síndico.
Para fazer a obra no condomínio é preciso cumprir regras específicas: “Temos a comissão de obras, com um engenheiro civil, uma arquiteta e a parte jurídica para questões de regramento público de obra. Os três são condôminos, Aliás, têm que ser condômino, é uma obrigação, caso você não encontre, aí tem que contratar de fora. Eles analisam o projeto de acordo com a Convenção. Também temos dois técnicos em Edificações, que acabam fazendo essa fiscalização nas obras nas casas que estão em execução”, conta.
Ah, o valor da cota condominial é, em média, R$ 480/mês.
Bons sonhos!
Estamos procurando um síndico profissional para atuar no condomínio de um prédio residencial em Campos dos Goytacazes.