Em um mundo cada vez mais digital e interconectado, a proteção de dados pessoais se tornou uma preocupação sempre em pauta. Isso se aplica não apenas a empresas e instituições, mas também aos condomínios residenciais. Condomínios lidam diariamente com informações sensíveis de moradores, visitantes e prestadores de serviços, e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece a importância de proteger esses dados.
Assim, segundo Humberto Watanabe, especialista em gestão de condomínios, é fundamental entender e debater porque os condomínios devem se adequar à LGPD e como isso pode beneficiar todos os envolvidos. Ele lembra que erros podem ocasionar sérios problemas que implicariam até mesmo em pesadas multas.
Essa nova lei, em vigor desde setembro de 2020, requer que organizações, incluindo condomínios, protejam as informações pessoais que coletam, processam e armazenam. “Os condomínios, como agentes de tratamento de dados pessoais, devem adotar medidas de segurança para evitar o acesso não autorizado, vazamento e uso inadequado dessas informações”, explica Humberto.
Riscos associados à falta de proteção de dados nos condomínios
Humberto lembra que além da LGPD, a falta de protocolos adequados de segurança de dados pode resultar em diversos riscos, como o acesso indevido a dados pessoais, perda de informações, armazenamento inseguro e vazamento de dados. Além disso, incidentes de destruição, alteração, comunicação ou tratamento inadequado de dados podem ocorrer. Tais situações podem acarretar em penalidades e prejuízos significativos às finanças do condomínio.
O especialista ressalta que, além das infrações e penalidades previstas na LGPD, os titulares dos dados pessoais também têm o direito de ingressar com ações individuais para buscar indenizações por danos morais em caso de violações de dados. Condomínios que negligenciam a proteção de dados podem enfrentar sérias consequências legais e financeiras.
“O treinamento adequado dos funcionários é fundamental para garantir que todos estejam alinhados com as exigências da LGPD. Sem ele, os condomínios correm o risco de cometer erros e violar as normas da lei. Além disso, o treinamento ajuda a conscientizar os colaboradores sobre a importância da proteção dos dados pessoais e da privacidade dos titulares dos dados”, alerta Humberto Watanabe.
Medidas práticas para proteger dados nos condomínios:
– Criação e Implementação de Políticas Internas: os condomínios devem estabelecer políticas de segurança da informação e privacidade, incluindo a definição de processos de controle de acesso de visitantes e prestadores de serviços na portaria. Isso envolve coletar apenas os dados necessários, definir bases legais para a coleta e estabelecer práticas seguras de armazenamento e descarte.
– Treinamento de Colaboradores: os funcionários devem receber treinamento em LGPD para entender como lidar com dados pessoais e explicar aos visitantes o motivo da coleta de dados.
– Adequação de Contratos: condomínios devem atualizar contratos com empresas terceirizadas para garantir que estão em conformidade com a LGPD, incluindo cláusulas contratuais sobre o cumprimento da lei.
“É crucial que os síndicos e administradores compreendam a importância dessa adequação e a apliquem de maneira correta, adaptando-a ao porte e às necessidades específicas de cada condomínio. A proteção de dados e a privacidade são direitos fundamentais que devem ser respeitados em todos os aspectos da vida moderna, inclusive nos condomínios”, disse o especialista.
Fonte: Humberto Watanabe/ Jornal Jurid