Localizados em uma das áreas com metro quadrado mais caros de Campos, moradores de condomínios na Pelinca têm que conviver quase todos os finais de semana com som alto, gritaria, xingamentos e, algumas vezes, até com cheiro de urina. Na madrugada de sexta-feira, 27, porém, o caos foi ampliado por uma briga, onde houve disparos de tiros que atingiram um apartamento. Em nota anterior sobre o mesmo problema ocorrido no início de setembro, porém sem tiros, a Prefeitura de Campos afirmou que realiza constantes ações no bairro. A revista enviou nova demanda à Prefeitura e também à Polícia Militar.
De acordo com moradores, por volta de 0h30 começou uma briga na esquina da rua Marechal Rondon com Av. Pelinca. A briga continuou na rua Marques de Herval, quando, então, ocorreram três disparos de arma de fogo, sendo que um deles atingiu um ambiente de um dos apartamentos de um Condomínio residencial.
Ainda segundo moradores e síndicos das proximidades, as ocorrências são históricas na região, envolvendo desordens e vandalismos recorrentes.
– É uma questão de tempo para termos uma tragédia nessa região e esta tem sido anunciada há anos. Mesmo depois do assassinato de três pessoas poucos anos atrás, foi só uma questão de tempo para tudo recomeçar. Verdadeiro absurdo em uma área residencial, não existe o menor respeito pela lei do silêncio, estatutos do idoso e da criança, é uma terra sem lei – disse um síndico da região, acrescentando: “Não vejo ações, atitudes dos órgãos públicos responsáveis para resolver definitivamente o problema, lamentavelmente tem sido assim”.
Síndico profissional de vários condomínios na cidade, Gabriel Nunes ressalta: “O IPTU mais caro da cidade, com essa constante perturbação ao sossego, violência e para ajudar alaga tudo quando chove”.
Em nota anterior sobre o mesmo problema ocorrido no início de setembro, porém sem tiros, a Prefeitura de Campos afirmou: “A Subsecretaria de Postura informa que tem marcado presença constante na noite campista, principalmente no bairro da Pelinca, onde se concentram as principais casas de eventos da cidade. Todos os empresários da noite são orientados a não excederem no som, ou mesmo bloquearem as calçadas. Caso não obedeçam, receberão uma notificação e, caso persistam no erro, multa. Quanto aos carros de som, o morador que se sentir prejudicado pode acionar a PM ou a Guarda Municipal. Somente os carros de som publicitários são fiscalizados pela Postura”.
Outro síndico da região da Pelinca também reclamou: “Todo sábado é domingo tem pagode nos bares do Tamandaré. Tem para todos os gostos e altura de som. Fica difícil até escolher o som mais alto. Realmente uma cidade sem lei.”