
momento requer cautela e organização
Gerir, dirigir, gerenciar. Seja qual for o sinônimo, a administração sempre é um desafio, que requer equilíbrio entre a parte humana e financeira. Em tempos de pandemia e pós-pandemia este quadro não é diferente e administradores de condomínios precisam estar atentos para atravessarem este período da maneira menos impactante possível, como alerta o empresário Rodrigo Falquer, especialista em administração de condomínios. Ele destaca que a pandemia do novo coronavírus não está afetando só a saúde do mundo, mas também o financeiro. E esse problema acaba se tornando maior para quem vive em condomínio, pois há despesas condominiais que precisam ser quitadas.
É imprescindível pagar o condomínio, já que funcionários e prestadores de serviços essenciais — como porteiro, zelador, faxineiro, entre outros — dependem e precisam receber seus salários e sustentar suas famílias. É um dependendo do outro e, se um falhar, todo o sistema falhará. Os condôminos precisam ter calma e buscar organizar suas contas, viabilizando maneiras para que elas consigam ser pagas. A cota condominial é uma delas.
Se não houver outra opção, os condôminos que estão com dificuldades financeiras precisam procurar o síndico ou a administradora do condomínio para fazer um acordo, a fim de evitar que a dívida fique ainda maior no futuro. Diante dessa situação, o Fundo de Reserva poderá ser utilizado, mas, para isso, é preciso esclarecer para os condôminos e, posteriormente, fazer a regularização do seu uso.
Uma solução paliativa é o condômino ir pagando um valor menor e abatendo, para que depois a dívida não fique muito grande. Lembrando que o síndico precisa saber o histórico desse condômino, se ele realmente está com dificuldade financeira devido à pandemia ou se já é um devedor contumaz e que está tentando se beneficiar diante da situação de crise.
— Nossa recomendação é que, em meio ao colapso na saúde e na economia tão grande como esse em que o Brasil e o mundo estão vivendo, além da calma, é preciso manter uma certa organização e buscar meios plausíveis para se manter durante a crise — explica Rodrigo Falquer.
Taxa de condomínio: alteração só por decisão coletiva
A crise do coronavírus não isenta moradores de mensalidade, vital para a gestão de condomínios. Síndicos devem buscar alternativas para evitar quebra de caixa. A falta de pagamento da taxa, inclusive, pode levar à penhora do imóvel. Enquanto o aluguel parte da relação contratual e pode ser negociado diretamente entre locador e locatário, a taxa condominial está ligada à propriedade do imóvel, ou seja, quem o adquire assume esta despesa até quando durar a posse do bem. Além disso, como a mensalidade tem um caráter coletivo, já que a taxa representa um rateio entre todos os moradores, o não pagamento atinge os vizinhos e põe em risco, por exemplo, a manutenção de serviços essenciais, como limpeza e segurança. Porém, a redução da cobrança ou flexibilização do pagamento de mensalidades atrasadas podem ser alternativa, desde que apreciadas e decididas em assembleia de moradores.