A Geração Z está conquistando cada vez mais espaço no mercado imobiliário. Dados recentes mostram que jovens entre 18 e 30 anos já representam mais da metade dos contratos do programa Minha Casa, Minha Vida. Mas será que essa geração, que já quebra paradigmas em várias áreas, também pode trazer uma nova mentalidade para a gestão condominial?
Ainda não há garantias de que essa mudança acontecerá, mas a expectativa é grande. Conhecida por ser uma geração engajada, conectada e com forte senso de comunidade, a Geração Z tem tudo para transformar a cultura de participação nos condomínios. E isso é exatamente o que precisamos para criar ambientes mais colaborativos, organizados e, principalmente, valorizados.
O Potencial da geração Z na vida condominial
A Geração Z cresceu em um mundo digital, onde a troca de informações é rápida e onde a busca por transparência e soluções inovadoras é constante. São jovens que valorizam a coletividade e estão sempre atentos a temas como sustentabilidade, inovação e bem-estar. Esse perfil pode ser um grande aliado na gestão condominial, onde a participação de todos é crucial para o sucesso.
Se essa geração, que já está assumindo seu lugar como proprietária de imóveis, trouxer essa mentalidade para os condomínios, temos a chance de ver uma nova era de gestão participativa. A expectativa é que a Geração Z, com seu forte senso de responsabilidade social e vontade de contribuir, comece a comparecer às assembleias, se envolver nas decisões do condomínio e, quem sabe, até assumir papéis de liderança como síndicos.
A esperança de um novo caminho
Durante uma imersão condominial em Campinas, vi de perto como a participação ativa dos moradores pode transformar um condomínio. Mesmo em espaços populares, onde os recursos financeiros são limitados, a união e o empenho dos condôminos conseguiram transformar áreas comuns simples em ambientes agradáveis e acolhedores. Essa transformação não veio de grandes investimentos, mas de uma mudança de mentalidade – algo que esperamos ver também na Geração Z.
No entanto, em muitos condomínios, a realidade ainda é outra. A falta de quórum para aprovar melhorias, o desinteresse nas assembleias e a tendência de deixar toda a responsabilidade nas mãos do síndico têm levado à desvalorização de imóveis e à deterioração do ambiente. É exatamente essa cultura de passividade que acreditamos que a Geração Z pode ajudar a mudar.
O que está por vir?
A Geração Z tem o perfil ideal para fazer essa diferença, mas a questão que ainda paira no ar é: será que eles realmente irão abraçar essa responsabilidade? Se a resposta for positiva, podemos estar às vésperas de uma revolução na forma como os condomínios são geridos. A participação ativa dos moradores não só melhora a convivência e a organização do condomínio, mas também valoriza os imóveis – um ganho para todos.
Estamos esperançosos de que a Geração Z, com seu espírito inovador e sua visão de mundo conectada, traga um novo fôlego para a vida condominial. Afinal, quando os moradores se envolvem, todo o condomínio ganha – e o valor do imóvel, que muitas vezes é o maior patrimônio dessas famílias, se mantém protegido e até aumenta.
Com essa geração prestes a assumir seu lugar nos condomínios do Brasil, temos muito a esperar. A esperança está lançada, e só o tempo dirá se a Geração Z será, de fato, a força transformadora que esperamos.
Cleuzany Lott é advogada especialista em direito condominial, cursando MBA Administração de Condomínios e Síndicos com Ênfase em Direito Condominial (Conasi) e síndica.