O síndico Wahby Khalil, 42 anos, que foi agredido a socos por um morador em um condomínio de Águas Claras (DF) em março, voltou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Santa Lúcia. Ele passou mal sexta-feira, 15, em decorrência da agressão e os médicos descobriram uma hemorragia craniana que estaria afetando parte dos movimentos motores. Segundo informações, ele está se recuperando. Moradores do condomínio criaram um Abaixo Assinado pedindo a expulsão do condômino, personal trainer e instrutor de artes maciais Henrique Paulo Sampaio Campos, que agrediu o síndico. A violência provocou uma reação em cadeia entre os coletivos voltados para a sindicatura em todo Brasil.
Khalil perdeu os movimentos da perna direita, sofreu uma hemorragia craniana e passou por novas cirurgias. Ele havia tido alta seis dias após a agressão. Em casa, percebeu que havia perdido os movimentos da perna direita e começou a perder a força do braço e a sentir fortes dores de cabeça. Ao voltar ao hospital, passou por uma tomografia craniana, que detectou a hemorragia craniana.
O caso
Em 17 de março último, o síndico tinha ido à academia do prédio informar que o saco de boxe deveria ser retirado porque estava provocando rachaduras no teto. Durante a discussão, Henrique lhe deu um soco. Ao ser atingido, Khalil caiu e bateu a cabeça no chão. A agressão provocou hemorragia no cérebro, afrouxou e quebrou dentes de Khalil.
Apoio nacional
Um dos primeiros coletivos a se manifestarem no caso de Khalil foi a Mobilização Nacional Pró-Sindicatura, cujos membros gravaram vídeo “sou síndico e exijo respeito”, que tem como descrição “Movimento contra as agressões sofridas todos os dias contra Síndicos e Síndicas do Brasil. Respeito é a base de qualquer relação, e um direito de todos! Faça parte dessa campanha! Nós repudiamos qualquer ação de violência contra o Síndico, seja física ou psicológica. Eu apoio a Campanha da Mobilização Nacional Pró Sindicatura!!! Juntos sempre seremos mais fortes”. (Veja o vídeo abaixo)
— Assim como Khalil, eu e tantos outros síndicos já enfrentamos violência física ou psicológica, no exercício da nossa função. A Mobilização procura conscientizar a sociedade dos papeis desempenhados na área condominial, visando melhorar a qualidade no serviço prestado e a harmonia da relação. Acho inadmissível o ocorrido e, desejando melhoras ao Khalil, espero que possamos todos trabalhar juntos para que isso não se repita — explica a síndica profissional e membro da Mobilização, Marcia Montalvão.
Muitos outros movimentos como o Síndico Lab e Síndicas de Sergipe também manifestaram repúdio a estes atos de violência contra os síndicos, numa clara demonstração de situações como estas ultrapassam o limite do tolerável.
Outro caso
Em 9 de março, o síndico de um condomínio residencial de luxo em Belém, foi brutalmente agredido com socos e chutes por um morador manhã de quarta-feira, 9. O morador fazia uma mudança fora do horário permitido pelo local. O síndico teve o nariz fraturado e vários hematomas pelo corpo.