Moradores de um condomínio de luxo da Zona Leste de Teresina flagraram em vídeo dezenas de capivaras no residencial. Eles temem ataques e transmissão de doenças. O Ibama destaca que o desmatamento do habitat natural dos animais é uma das causas do comportamento incomum.
Imagens registradas no final da tarde dessa terça-feira (12) mostram os animais nas áreas de jardim do condomínio. Um morador alegou que elas sempre surgem no início da noite, alimentam-se da grama e partem para o jardim.
A “invasão” dos animais causou preocupação nos que residem na área. Eles apontaram que as capivaras ocupam os mesmos espaços dos cachorros dos moradores. Eles temem a transmissão doenças, já que a capivara é um animal hospedeiro do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa, doença infecciosa que casou alerta no Brasil.
O Batalhão Ambiental orienta que não se deve tentar se aproximar ou tocar nos animais. Em geral, as capivaras não são agressivas, desde que não se sintam ameaçadas. Ele disse ainda que não é necessário acionar o resgate se os animais estiverem em vias públicas.
A direção do residencial comunicou a situação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e às secretarias municipal e estadual do Meio Ambiente.
Desmatamento do habitat natural
Segundo a superintendente do Ibama no Piauí, Thays Paiva de Almeida Freitas, o desequilíbrio ambiental é uma das principais causas para o deslocamento desses animais de um lugar para outro.
“Ações como o desmatamento causam um desequilíbrio ambiental. Esses animais que vivem principalmente em regiões ribeirinhas acabam tendo que se deslocar”, iniciou Thays.
A superintendente afirmou que o Ibama e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão monitorando as capivaras.
“Temos que entender que isso se trata de um problema de saúde pública. Tem que ser feito algo institucional, pois tudo está interligado. As pesquisas da Embrapa, o monitoramento do Ibama, a Secretaria de Saúde e os demais órgãos do Estado e município tem que atuar conjuntamente”, completou.
Sem protocolo para recolhimento
A Semam, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, informou em nota (leia a íntegra abaixo) que uma Coordenadoria recém instalada em Teresina poderá atuar no manejo dos animais, embora a Prefeitura não tenha abrigo para eles. Segundo a Semam, os animais poderiam ser levados ao Ibama ou ao Bioparque Zoobotânico, mas não há até o momento parceria firmada para esse recolhimento.
Fonte: G1