Assim como em diversas áreas, as cotas condominiais não resistiram à inflação entre 2022 e 2023 e a maioria foi reajustada. Isso quer dizer que a parcela de brasileiros que mora em condomínios teve acréscimo nas despesas. Existem, no entanto, relatos de que este aumento foi superior à inflação, causando ainda mais insatisfação.
De acordo com Bruno Queiroz, representante da Cipa, empresa especialista em administração condominial, um estudo feito pela companhia aponta que, em média, o valor dos condomínios aumentou de 8,5% a 9% entre janeiro de 2022 e de 2023. Enquanto isso, a inflação no mesmo período foi de 6,48%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.
Essa diferença desagrada a muitas pessoas. Um exemplo é o funcionário público Jorge Chalhoub, que questiona o reajuste do condomínio onde mora, na Região Oceânica de Niterói.
”Sou contra esse tipo aumento. Acaba sendo pior, porque acho que o gasto é mal administrado. Gastam com coisas que não seriam tão urgentes e para coisas urgentes não têm dinheiro”, afirmou.
Na mesma linha, a psicóloga Natália Nascimento questiona o aumento no valor do seu condomínio, em Botafogo, na Zona Sul. Ela também cita imprevistos para os quais não estava preparada.
”Achei o aumento desmedido. Não vi nenhum retorno prático, apenas um acréscimo na despesa, e os problemas aqui seguem os mesmos. Além disso, houve um ‘rombo’ de R$ 4 mil na conta de água, que foi dividido entre os poucos apartamentos do prédio”, relatou.