Moradores do condomínio Todos os Santos, que faz parte da Vila do Pan, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, relatam que mais de 20 animais já ficaram intoxicados de dezembro até setembro desde ano.
Segundo os tutores, os cachorros adoecem após passear em áreas comuns do local e ao menos três cães morreram por conta disso.
As situações são sempre muito parecidas. Os pets passeiam e depois começam a ter sintomas como vômitos, contrações involuntárias e convulsões. Diversos precisam de internação para sobreviver.
“Nossa cachorra era uma chow-chow de 8 anos saudável. Passeamos com ela de manhã e saímos para trabalhar. Quando voltamos ela já estava morta com a boca espumada, não estávamos em casa para socorrê-la”, conta o administrador Pedro Alcântara.
A cachorrinha dele, que se chamava Brisa, foi o primeiro caso suspeito, em dezembro de 2022.
O Mané, um american bully de 2 anos, ficou intubado e internado por quatro dias até se recuperar. Ele teve mais de 20 convulsões.
“A única suspeita clínica que existe é intoxicação, de acordo com os sintomas que ele teve. A substância ainda não é conhecida, mas a intoxicação é a suspeita mais forte”, conta o tutor José Márcio Norton.
A suspeita dos moradores é que a intoxicação seja causada pela ingestão de algum produto usado nos jardins ou na dedetização das áreas comuns. Segundo eles, o síndico do prédio e a administração do condomínio não deram muita atenção ao problema.
Alguns registros foram feitos na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, como o caso da cachorrinha Babe, que morreu há uma semana. O laudo toxicológico comprovou que ela morreu envenenada.
Segundo o tutor, eles estavam passeando normalmente por uns 40 minutos, até que ela passou mal e faleceu.
O presidente da comissão de Proteção aos Animais da OAB alerta que o condomínio pode ser responsabilizado pelas mortes dos pets. O crime de maus-tratos a animais pode gerar entre 2 e 5 anos de prisão.
“Se o empregado do condomínio colocar um tipo de veneno na calçada do próprio condomínio e algum animal falecer, o condomínio pode ser processado”, explica Reynaldo Velloso.
Fonte: G1