Grande parcela da população brasileira tem optado por viver em modelos condominiais, sejam horizontais, constituídos de casas, ou verticais – apartamentos. Dados com base nas edições anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que as moradias estão cada vez mais verticalizadas. No período de 1984 a 2019, o número de prédios no país cresceu 321%.
Mantendo o compromisso de valorização e regulamentação da gestão da administração de bens imóveis e condomínios, com orientações, capacitações e treinamentos, a AABIC – entidade que representa as Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo – anuncia que contribuirá com o IBGE para a realização do Censo 2022, cujos dados serão coletados de 1º de agosto a 31 de outubro.
A entidade que congrega as maiores administradoras de condomínios do País e que é responsável por 53% de sua gestão, só na Grande São Paulo, busca diretrizes junto ao IBGE para orientar como poderá ser a abordagem nos condomínios. O que ocorre normalmente, até por questões de segurança, é que os recenseadores são barrados nos prédios, dificultando e até mesmo atrasando as pesquisas realizadas pelo Instituto.
O motivo que leva à procura por esse formato de moradia é a questão da insegurança. Contudo, essa opção traz também efeitos colaterais, sendo um deles a dificuldade do acesso a essa população em termos de pesquisas e estatísticas domiciliares. “Será muito importante que síndicos e equipes de portaria e segurança colaborem com a pesquisa do Censo para que os recenseadores possam estabelecer diálogo com todos que residem nestes locais”, diz Ana Kazan, coordenadora de Comissões do Censo 2022.
O IBGE tem se reunido com administradoras de condomínios e empresas de segurança residencial para apresentar a operação do Censo e, assim, facilitar o acesso do recenseador e a coleta de dados dos moradores das unidades. A instituição também pretende agendar a coleta nesses condomínios em áreas comuns específicas (salão de festas, recepção, portaria) para que os moradores possam responder ao questionário. Lembrando que a pesquisa deverá atingir todas as unidades do edifício e que, se houver recusa do morador para responder, deverá ser feita pelo próprio morador ao recenseador, e não transmitida por algum funcionário do condomínio. Posteriormente, esse morador voltará a ser abordado pelo recenseador ou supervisor, a fim de incentivá-lo a responder o questionário.
Diante desse cenário, proposta levantada pela AABIC sugere uma apresentação com colaboradores das administradoras para orientações sobre o Censo, criando rotinas que possam preservar a segurança de cada condomínio, com materiais de divulgações, com a finalidade de conscientizar e ressaltar a importância sobre a pesquisa, que envolvam todos os profissionais que fazem parte dos condomínios, desde os administradores até os síndicos moradores e contratados. “A AABIC fará o seu papel de organizar o processo operacional para que sejam aplicados todos os processos obrigatórios que envolvem os condomínios”, diz José Roberto Graiche Júnior, presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC). “O fato de alguns síndicos não conhecerem as pesquisas do IBGE e a desconfiança em relação à identidade dos entrevistadores acaba na recusa em prestar informações”, alerta Graiche Júnior.
Outra alternativa é o envio de correspondências e circulares alertando sobre a pesquisa, ou até mesmo um dia de plantão com os moradores. O IBGE lembra que, para fazer o cadastro dos endereços, é preciso obter primeiro o nome dos moradores e saber se as unidades do condomínio estão ocupadas ou não.
Vale ressaltar que haverá um material especial de orientação para os condomínios que detêm o serviço de portaria virtual, uma vez que a comunicação geralmente é feita entre visitantes e moradores via interfone – necessitando que o condômino esteja em casa para liberar o acesso, não havendo funcionário para fazer essa intermediação. “Para o sucesso desta pesquisa é importante que as pessoas compreendam a importância do Censo e, a partir disso, recebam o recenseador do IBGE e prestem todas as informações solicitadas por ele. Os síndicos e administradoras devem adotar o máximo de atenção ao receber os entrevistadores”, diz.
LGPD – Além disso, a AABIC também destacará nesse trabalho junto aos condomínios as questões da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). A entidade tem preocupação como será mantida a segurança dos moradores. As informações prestadas ao IBGE têm caráter confidencial. O sigilo das informações prestadas é resguardado por todos os participantes pela Lei n° 5.534/1968.
Identificação – Normalmente um único recenseador é responsável por um setor censitário, ou seja, possivelmente será sempre a mesma pessoa que fará a pesquisa naquele local. Síndicos, porteiros ou responsáveis pela edificação devem entrar no site e verificar se aquela pessoa realmente trabalha para o IBGE. O agente censitário estará identificado com boné, colete e o crachá do IBGE. No crachá, terá a matrícula e um QR Code para remeter diretamente ao site específico para informações sobre a pesquisa, no endereço www.respondendo.ibge.gov.br.